segunda-feira, 16 de março de 2009

Os LMS no Apoio ao Ensino Presencial: dos Conteúdos às Interacções - Resumo

Os sistemas LMS, de que são exemplo o Blackboard, WebCT, AulaNet e Moodle têm vindo a ganhar adeptos uma vez que as suas funcionalidades obedecem às exigências de um mundo rápido e cómodo como se perspectiva o mundo moderno. Tem como principais vantagens a interacção que permite entre professor e alunos e o acesso à informação sempre que os intervenientes o desejarem, desde que disponham de internet.

O uso de uma LMS nem sempre significa uma mudança nos processos de ensino - aprendizagem. Ela pode apoiar um ensino tradicional ou fomentar um ensino mais construtivista, permitindo uma passagem do conhecimento individual para o conhecimento colaborativo (McIsaac, 2007), valorizando a capacidade de pesquisar, analisar e sintetizar, em vez de memorizar (Mason, 2006). O papel do professor, é um orientar o processo de aprendizagem dos alunos, apoiando-os, incentivando-os à reflexão e ao debate.

Numa LMS o professor pode disponibilizar as aulas, material didáctico e sites relacionados com os temas, as notas, podcasts, esclarecer dúvidas e fazer debates. Ela permite ao professor monitorizar o trabalho dos seus alunos uma vez que pode ficar registado tudo a que o aluno acede, o que fez na plataforma, quando acede e quanto tempo gasta.


O professor deve encorajar os alunos a analisarem as suas necessidades, a escolherem as ferramentas e a desenvolverem estratégias para o seu uso (Bennett, 2004) e levar os alunos a reflectir sobre o que estão a aprender de forma a olharem de outro modo para o conteúdo (Carvalho & Pereira,2004).

Do original:
Carvalho, A.A. (2008). Os LMS no Apoio ao Ensino Presencial: dos conteúdos às interacções.
Revista Portuguesa de Pedagogia, Ano 42-2, 101-122.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: Dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS - Resumo

Com o emergir da economia do conhecimento em rede, nasce a necessidade do conectivismo, que Carvalho (2007) refere como sendo o “estar do sujeito na rede” e Siemens, como sendo a teoria da aprendizagem da era digital. Siemens apresenta sete princípios do conectivismo. Segundo este autor “a aprendizagem e o conhecimento baseiam-se na diversidade de opiniões e a capacidade para conhecer mais é mais crítica do que o que é conhecido”. Refere ainda que “criar e manter conexões é necessário para facilitar uma aprendizagem contínua e a capacidade para identificar conexões entre áreas, ideias e conceitos é crucial. A actualização é a intenção de todas as actividades de aprendizagem conectivistas e a tomada de decisão é em si um processo de aprendizagem: escolher o que aprender e prever as consequências da nova informação no real que vai ser alterado”.

Para servir esta economia do conhecimento em rede surge a Web 2.0 (O’ Reilly, 2005). Na Web 2.0 tudo está acessível, as pessoas deixam de precisar de ter o software no seu computador porque ele está disponível online, facilitando a edição e publicação imediatas. Com esta nova ferramenta a selecção da informação, a avaliação da sua qualidade, a sua interpretação e posterior aplicação passam a ser aspectos mais importantes do que o acesso. Com instrumentos como o blog, o podcast, o wiki e a Wikipédia todos podemos produzir informação e publica-la sem necessidade de grandes conhecimentos informáticos. Esta facilidade de publicação permite o trabalho colaborativo e a partilha de informação. O trabalho colaborativo refere-se à realização de tarefas em conjunto e não à divisão de tarefas pelos membros do grupo (trabalho cooperativo).

No entanto permitir aos alunos uma navegação livre na Web não é um bom método, pelo que se deve recorrer a ferramentas como a WebQuest e a Caça ao Tesouro para orientar a pesquisa de informação. È igualmente importante ensiná-los a avaliar a qualidade da informação encontrada e sensibilizá-los para combater o plágio, colocando sempre o nome do autor da informação que copiam.

LMS

As LMS são plataformas de apoio à aprendizagem, como é o exemplo a plataforma Moodle. Surgiram para dar apoio ao ensino à distância mas neste momento são utilizadas também no ensino presencial como repositório de informação e local de construção de conhecimento. Com estas plataformas o aluno pode aceder à informação quando e o número de vezes que o desejar. Elas facilitam a disponibilização de recursos em texto, vídeo e áudio, apontadores para sites, avisos aos alunos. Possibilitam a interacção entre professor e alunos através de ferramentas de comunicação, assegurando a sua privacidade, uma vez que os outros cibernautas não têm acesso.

Apesar destas vantagens nem todos os professores estão dispostos a mudar a sua forma de agir profissional, aderindo a estas novas tecnologias. O estado está a fazer um esforço no sentido de motivar ao seu uso nomeadamente dando formação sobre o uso das plataformas. É urgente adaptarmo-nos aos nossos alunos, que são alunos da era digital.

Do original:
Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS
Ana Amélia Amorim Carvalho


domingo, 8 de março de 2009

PODCAST EM EDUCAÇÃO: UM CONTRIBUTO PARA O ESTADO DA ARTE - Resumo

A Web 2.0 (Tim O’Reilly, 2004) veio alterar a forma como encarávamos a internet. Este espaço, anteriormente de mera leitura e pesquisa, adquire uma nova dimensão. O Blog, a Wikipédia, o Podcast, o Hi5, o Del.icio.us tornam-se ferramentas que permitem um ajuste maior ás necessidades e limitações do utilizador. O utilizador, até então mero consumidor, assume o papel de produtor, uma vez que lhe é dada a possibilidade de publicar on-line.

Além destes aspectos, a Web 2.0 permite utilização colaborativa, a partilha de conhecimento, descentralização da autoridade, liberdade para utilizar e reeditar a informação Alexander (2006). Os softwares funcionam online ou podem utilizar sistemas off-line com opção para exportar informações de forma rápida e fácil para a Web. Os sistemas deixam de ter novas versões e passam a ser actualizados e corrigidos a todo o momento o que proporciona enormes benefícios para os utilizadores.

O Podcast (Adam Curry, 1994) aparece como mais uma inovação inerente à Web 2.0 e constitui uma página onde os ficheiros áudio estão disponibilizados para carregamento.

É uma ferramenta de fácil utilização, gratuita, acesso livre, permite a utilização de textos, imagens, áudio, vídeo e hipertexto, tem acesso livre ou mediante registo ao conteúdo publicado e que os utilizadores recebam as actualizações por meio do RSS (Real Simple Syndication). Esta ferramenta pode ser utilizada em negócios, para entretenimento, para formação, etc.

No campo educativo tem a grande vantagem de potenciar o interesse na aprendizagem dos conteúdos devido a uma nova modalidade de ensino introduzida na sala de aula. O aluno pode descarregar a informação para o seu ipod, mp3 ou mp4, utilizando-a quando entender, sem necessidade de se ligar à Internet. Falar e ouvir produz aprendizagens mais significativa do que a leitura. A aprendizagem é facultada dentro e fora da escola, podendo adaptar-se a diferentes ritmos de aprendizagem (os alunos podem aceder à informação o número de vezes adequado a si, até compreenderem o conteúdo). Se os alunos forem estimulados a gravar episódios aprendem muito mais, pois terão maior preocupação em preparar um bom texto e disponibilizar um material correcto e coerente para os colegas.

Para Moura e Carvalho (2006a), “o Podcast parece funcionar bem com alunos motivados, que detenham competências a nível tecnológico e ainda quando o propósito que determinou a sua concepção vai de encontro às necessidades dos alunos”.

São apresentadas três categorias de ferramentas para gravação e edição de episódios de um podcast: as ferramentas de gravação e edição de áudio, as ferramentas de gravação e edição de vídeo e áudio e as ferramentas que permitem a gravação de áudio online e a disponibilização gratuita de podcasts na web. A gravação pode ser feita directamente no aplicativo ou através de um dispositivo externo de gravação áudio, sendo que neste caso o ficheiro precisa ser enviado ao podcast posteriormente para que os utilizadores tenham acesso aos episódios.

Por fim os autores dão o exemplo de três casos de utilização de podcast na sala de aula, concluindo-se que esta ferramenta quebra a rotina na sala de aula, motivando os alunos para a disciplina.

Exemplos de softwares gratuítos (freewares):

Softwares para ouvir podcasts:

Softwares para criar podcasts:
» Audacity
» PodProducer
Site para criar podcasts:
» Odeo

Do original:
Barca, A., Peralbo, M., Porto, A., Duarte da Silva, B. e Almeida, L. (Eds.) (2007).
Libro de Actas do Congreso Internacional Galego-Portugués de Psicopedagoxía.
A.Coruña/Universidade da Coruña: Revista Galego-Portuguesa de Psicoloxía e Educación.
ISSN: 1138-1663.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Encontro sobre Podcasts, 8 e 9 Julho 2009


Braga, Universidade do Minho

O Encontro sobre Podcasts pretende ser um espaço de formação, de partilha e de discussão para todos os que já utilizam podcasts no ensino e para os que pretendam vir a adoptar e explorar esta ferramenta.

A submissão de comunicações ou posters, texto integral, deve ser feita até 17 de Abril de 2009.

Para mais informação:
http://www.iep.uminho.pt/encontro.podcast/

domingo, 1 de março de 2009

A WebQuest: evolução e reflexo na formação e na investigação em Portugal – Resumo

Este artigo caracteriza a WebQuest e a sua evolução, enfatizando a importância da sua integração na formação inicial e contínua de professores. Por fim, aborda a investigação realizada em Portugal no âmbito da WebQuest.

A WebQuest foi criada por Bernie Dodge e Tom March (1995), tendo como objectivo levar os professores a criar recursos educativos recorrendo à tecnologia e a tirar partido da informação existente online. È composta por cinco componentes: Introdução, Tarefa, Processo, Avaliação e Conclusão. Deve promover trabalho colaborativo, pelo que deve ser resolvida em grupo.

A utilização desta ferramenta interliga três vertentes, a pesquisa, a aprendizagem e tecnologia. Ela promove a pesquisa, selecção e avaliação de recursos online, leva o professor a repensar a aprendizagem como construção e como pensamento de nível elevado (implica capacidade de análise, de síntese, de colaboração entre os elementos do grupo, de gestão da aprendizagem, de tomada de decisão e de criatividade na solução a apresentar, utilizar a tecnologia (a WebQuest, depois de estruturada, tem que ser implementada e disponibilizada online).

Segundo March (1998) uma WebQuest deve ser utilizada apenas quando outras estratégias falharam, tendo em atenção que esta deve ter um bom enquadramento teórico e ser motivante para os alunos.

São consideradas três fases na evolução da WebQuest. No primeiro texto sobre WebQuest, Dodge (1995) propõe seis componentes: introdução, tarefa, fontes de informação, processo, orientação e conclusão, não havendo portanto avaliação. Posteriormente, Dodge (1997) retira da lista dos componentes as orientações, introduz a avaliação e inverte a ordem dos recursos e do processo. Numa terceira fase a WebQuest caracteriza-se uma introdução (que cria o ambiente e contextualiza a temática); uma tarefa (que deve ser executável e interessante indicando o que os alunos vão apresentar como produto ou desempenho final); o processo (deve apresentar claramente as etapas a seguir, as fontes a consultar e as ferramentas para organizar a informação); a avaliação (deve especificar os critérios para o desempenho e para o conteúdo); a conclusão (resume o que os alunos alcançaram ou aprenderam e deve também colocar algumas questões retóricas ou encorajá-los para outras temáticas, disponibilizando apontadores para outros sites); a página do professor.

A construção de uma WebQuest torna-se útil na formação inicial e contínua de professores, por tudo o que a sua construção implica. É necessário dominar o tema da WebQuest para a conceber, sobretudo para ter sensibilidade e criatividade sobre o que pode ser solicitado como tarefa e para seleccionar criticamente as fontes a indicar. Por outro lado, ajuda os futuros professores (formação inicial) e professores (formação contínua) a repensar a aprendizagem e os princípios pedagógicos a implementar para orientar os destinatários pelas diferentes etapas até à solução da tarefa. Além disso, a WebQuest também é exigente sobre a descrição da avaliação a ser realizada, devendo ser explicitados os parâmetros a considerar no desempenho individual e/ou do grupo e no produto final.

Uma WebQuest bem elaborada deve levar o aluno a tornar-se progressivamente mais autónomo, responsável, desenvolvendo o espírito crítico (Lopes, 2006). É importante que o professor lhe dê a oportunidade de aprender por si, dinamizando o trabalho colaborativo, negociando a construção do produto a apresentar, tornando-se responsável pela sua aprendizagem e tomada de decisões. Os alunos não estão habituados a aprenderem autonomamente, encontrando-se demasiado dependentes das explicações do professor e por isso precisam de tempo para se adaptarem a uma nova metodologia. Libertar-se da dependência do professor, que tudo esclarece prontamente e ter que reflectir, seleccionar, comparar e sintetizar, torna-se árduo.

É muito importante que no final os alunos apresentem o trabalho à turma porque desenvolvem capacidade de expor, habituam-se a submeterem-se à crítica dos pares e do professor e habituam-se a criticar o trabalho dos colegas, devendo aprender a fazê-lo de forma construtiva. Neste ponto, o professor também tem um importante papel a desempenhar ajudando os alunos a criticarem construtivamente, apresentando os pontos fortes e fracos e propondo alternativas.

Do original:
Carvalho, Ana Amélia Amorim (2007). A WebQuest: evolução e reflexo na formação e na investigação em Portugal. In F. Costa, H. Peralta & S. Viseu (orgs), AS Tic na Educação em Portugal: Concepções e Práticas.. Porto: Porto Editora, pp. 299-327